Capítulo 3
Pulverizadores tratorizados
Pulverizadores de barra
Esses equipamentos são destinados à aplicação de agrotóxicos em cultura de porte rasteiro e têm uma faixa de aplicação definida pela largura da barra.
Como há vários modelos e marcas no mercado, a escolha do pulverizador deve ser definida pela facilidade de operação, bem como pela especificidade de utilização. Basicamente, trata-se de equipamento indispensável para a aplicação de herbicidas.
Constituem-se de um depósito, ou tanque, de uma bomba hidráulica e de bicos de pulverização. Entretanto, para controle de outras operações, mais dispositivos são necessários na composição de um pulverizador, tal como um circuito hidráulico completo, conforme apresentado na Figura 12.
(1) Tanque.
(2) Agitador.
(3) Registro geral.
(4) Filtro.
(5) Bomba.
(6) Câmara de compensação de pressão.
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(7) Regulador de pressão.
(8) Manômetro.
(9) Registro.
(10) Tubulação de retorno.
(11) Barra.
(12) Bicos.
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Figura 12. Circuito hidráulico de um pulverizador de barras.
- Depósito – O depósito – ou tanque (1) – define a capacidade operacional do pulverizador e dispõe de uma peneira na sua entrada, a qual serve para retenção de sujeiras mais grosseiras. Dispõe também de agitador mecânico (2) que é útil para a utilização de formulações do tipo pó molhável ou suspensão concentrada, e evita a decantação do produto na base do depósito. A forma de transporte do tanque define se o equipamento é de arrasto tipo carreta, ou se e é montado no terceiro ponto do trator.
- Filtro – Antes que a calda entre na bomba, existe um filtro (4), cuja limpeza deve ser frequente. Quando o tanque estiver abastecido, é necessário fechar o registro (3) para que o filtro seja aberto.
- Bomba – Existem vários tipos de bombas (5), cuja função é fornecer pressão à calda. No Brasil, a maioria delas é do tipo pistão. Para que haja pressão, a bomba deve ser capaz de recalcar um volume líquido maior do que a vazão total de todos os bicos.
- Câmara de compensação – Esta câmara (6) é um frasco metálico, com ar em sua região superior, cuja principal função é o amortecimento das pulsações de pressão oriundas da ação de admissão/compressão da bomba de pistão. A câmara de ar anula o efeito intermitente da bomba, pois, na compressão do líquido, o ar do frasco também é comprimido. No momento de retração do pistão, o ar comprimido pelo líquido mantém a saída constante da calda através dos bicos. Se essa câmara, por algum motivo, ficar cheia de líquido, os jatos dos bicos poderão apresentar pulsações que alteram substancialmente a qualidade das gotas produzidas. Essa câmara possui um dreno para retirada de água, quando necessário. Para bombas de ação contínua – como as centrífugas, por exemplo – não seria necessária essa câmara.
- Regulador de pressão – Eliminada a pulsação, a calda entra no regulador de pressão (7), que divide o volume bombeado pela bomba em duas partes: uma é direcionada diretamente para os bicos e a outra é desviada para o tanque. Para variar essa proporção (do que vai para o bico e do que retorna ao tanque), basta girar uma manopla que comprime uma mola com uma pastilha, que comanda a passagem para o retorno. Quanto mais se comprime essa mola, mais difícil será o retorno; portanto, mais líquido será enviado aos bicos. Como a saída dos bicos é pequena, a pressão nessa parte do circuito se elevará, e vice-versa.
- Manômetro – A pressão no circuito dos bicos é observada em um manômetro (8), com escalas em lbf/pol2 e em kg/cm2 (ambas não oficiais, porém consagradas pelo uso). Normalmente os manômetros só devem ser utilizados durante a regulagem da pressão de pulverização, e, para que fiquem protegidos, devem ser acoplados a um registro, que deverá ser fechado durante o trabalho no campo e quando o sistema estiver despressurizado. Caso não haja registro, a solução paliativa é utilizar o manômetro enquanto se regula a pressão; após isso, no entanto, é necessário desacoplá-lo do circuito. Por precaução, o ideal seria conferir a pressão 2 ou 3 vezes ao dia.
- Registro – Depois do regulador de pressão e do manômetro, deve haver um registro (9), por meio do qual o operador controla a abertura ou a obstrução da passagem do líquido para os bicos e para as diferentes seções da barra (central, esquerda e direita, ou outras que o equipamento possuir).
- Barra – A barra de pulverização (11) é o dispositivo que serve de suporte para os bicos, e apresenta comprimento que varia conforme o modelo do pulverizador. Quanto mais comprida a barra, mais larga será a faixa de tratamento e, portanto, maior a capacidade operacional do equipamento; entretanto, maior será a sua oscilação, e mais heterogênea será a deposição. Apesar disso, no mercado nacional, existem hoje pulverizadores de barras muito longas e estabilizadas, que possuem grande capacidade operacional.
- Bicos – Os bicos (12) se acham posicionados na barra, em distâncias uniformes, fixadas por diferentes sistemas. Normalmente, o equipamento vem de fábrica com a barra montada para se adequar às situações mais comuns de cobertura do alvo, que é a cobertura total da superfície do solo, ou da cultura. Entretanto, para cada situação particular, deve-se procurar o melhor posicionamento do bico, para que a maior quantidade do produto químico seja colocado no alvo, evitando-se os desperdícios. A iniciativa e a imaginação são os critérios que deverão ser adotados para maximizar a deposição nos alvos de pulverização, atendendo às particularidades de cada cultura e ao problema fitossanitário que se deseja controlar.
Turbopulverizadores
Os turbopulverizadores dispõem de ventiladores que produzem um grande volume de ar para projetar as gotas para o alvo. São especialmente adequados ao controle de pragas e de doenças, à pulverização de culturas de porte arbustivo e arbóreo e das que necessitam de vento para levar as gotas ao interior da sua copa.
Normalmente, além de utilizarem bicos dos tipos cone e leque, os turbopulverizadores utilizados no Brasil possuem circuito hidráulico semelhante ao dos pulverizadores de barra, com a diferença de apresentarem um ventilador para assoprar as gotas (Figura 13).
(1) Tanque.
(2) Agitador.
(3) Registro geral.
(4) Filtro.
(5) Bomba.
(6) Câmara de compensação de pressão.
(7) Regulador de pressão.
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(8) Manômetro.
(9) Registro.
(10) Tubulação de retorno.
(11) Barra.
(12) Bicos.
(13) Ventilador.
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Figura 13. Circuito hidráulico de um turbopulverizador.