Capítulo 6
Cuidados gerais e manutenção de equipamentos de aplicação
Instruções teóricas
- Exigir que o representante do fabricante do seu equipamento forneça o manual de instruções referentes à montagem, à manutenção e à garantia.
- Dispor sempre do manual de instruções do equipamento de pulverização para obtenção de informações sobre as causas das deficiências de funcionamento. Em muitos casos, as soluções de problemas de funcionamento são simples.
- Seguir as recomendações dos fabricantes quanto às recomendações de manutenção do pulverizador, atendendo aos períodos de lubrificações, trocas de correias, etc.
Antes da pulverização da cultura
- Verifique se o tanque do pulverizador está limpo.
- Coloque água limpa no tanque e faça funcionar o equipamento.
- Caso exista vazamento, conserte-o. As peças com defeito devem ser substituídas.
- Verifique se não há vazamento ou entupimento dos bicos e das mangueiras.
- Observe se o jato formado está correto. Se necessário, retire o bico e limpe-o com uma escova (ou pincel) destinada exclusivamente para essa finalidade. Nunca se deve desentupir o bico de pulverização com a boca, ou utilizar arame, prego ou grampo.
Após o período de pulverização
- Esvaziar totalmente o tanque em local seguro. O ideal é pulverizar as sobras da calda em locais críticos da cultura como, por exemplo, reboleiros com maior infestação de pragas/doenças ou com maior intensidade de área foliar. Para evitar esse desperdício, preparar apenas a quantidade de calda necessária para tratar a área.
- Lavar o exterior e o interior da máquina com detergente.
- Aplicar uma solução de 80% de óleo lubrificante e 20% de óleo diesel nas partes metálicas do equipamento para evitar a corrosão.
Utilização de equipamentos de proteção individual
O grau de exposição das diferentes regiões do corpo varia de acordo com o método de aplicação empregado e com a natureza do alvo tratado, em diversos pontos do corpo do aplicador (CHAIM et al., 1999a).
O pulverizador costal, quando utilizado em cultura de porte baixo, promove elevada contaminação das pernas do aplicador (CHAIM et al., 1999a). Entretanto, quando usado em culturas envaradas, como o tomate e a parreira, ou em culturas de porte médio, como o fumo e o café, o aplicador necessita deslocar-se dentro de uma névoa de gotas em suspensão no ar, contaminando as regiões mais elevadas do corpo.
Quando o pulverizador estacionário é utilizado em tomate estaqueado com 100 cm de altura, a contaminação é distribuída nas regiões das coxas, da barriga e dos ombros. Em tomateiro com 160 cm de altura, ocorre contaminação generalizada nos regiões do corpo, mas a região do pescoço é a mais atingida.
Os pulverizadores tipo pistola, utilizados em citros ou em outras fruteiras de grande porte, dependendo do espaçamento e do porte da cultura, proporcionam contaminação nas regiões da cabeça, dos braços, do tórax e do abdômen do aplicador.
O pulverizador tratorizado de barra apresenta um risco muito pequeno ao aplicador (tratorista) quando usado em culturas de porte inferior a 50 cm. Entretanto, à medida que o porte da cultura aumenta, o risco de contaminação do aplicador também aumenta.
O pulverizador tratorizado turbinado (ventilador), largamente empregado em culturas de porte arbustivo e arbóreo, promove contaminação relevante nas regiões da cabeça e dos ombros do aplicador em virtude da deriva das gotículas.
Como evitar a contaminação ambiental
- Não manusear produtos fitossanitários no interior ou nas proximidades de residências ou de escolas; perto de crianças ou de pessoas não envolvidas no trabalho; e próximo de fontes de água ou de beira de córrego/rio/canais.
- Nunca prepare a calda em ambiente fechado. Proceda à preparação da calda em local ventilado.
- Efetuar sempre a regulagem do seu equipamento e a calibração da pulverização.
- Não pulverizar quando o vento estiver muito forte. Evitar a deriva.
- Usar SEMPRE equipamentos de proteção individual.
- A temperatura e a umidade relativa do ar influenciam na evaporação das gotas, na movimentação das massas de ar e na sustentação de gotas no ar. Assim, para evitar perdas por evaporação, as aplicações devem ser realizadas nas horas mais frescas do dia, isto é, pela manhã e ao entardecer.
- Toda a água de lavagem de equipamentos de aplicação e de proteção individual deverá ser descartada em local que não ofereça risco ao meio ambiente (pode ser aproveitada para repassar o tratamento fitossanitário).
- Durante o preparo da calda, efetuar a tríplice lavagem da embalagem e destiná-la para descarte.
- Observar rigorosamente o intervalo entre a última aplicação e a colheita (período de carência).
- Recomenda-se a manutenção de faixas de isolamento dentro das áreas cultivadas (de 1,5 m a 2,0 m) ou o plantio de “quebra-vento” para minimizar a deriva (caso houver) e servir de abrigo para os organismos considerados inimigos naturais.